Área de Floods

Mais e Mais Tretas!

- Solto um suspiro, seguido de uma respiração mais profunda antes de retirar o cobertor que tampava os meus olhos, impedindo de entrar a primeira luz do dia; até que percebo que não vou conseguir dormir outra vez e desisto, jogando uma parte do edredom para meu tórax, encarando o teto do chalé de Niké. Fazem alguns meses que cheguei aqui, porém eles se arrastaram como se fossem apenas dias, já que eu ainda não me sentia á vontade e nem familiarizara-me com tal lugar, apenas das minhas técnicas de luta terem avançado e meus planejamentos de batalha estarem bem mais elaborados, contanto um pouco mais difícil pelo fato de trabalhar menos com os números e mais com o físico. Sorrio de modo sombrio; desconfortável.

Havia desenvolvido tanto, porém percebido tão pouco. Marc havia me tirado do Cassino Lótus, entrementes eu não sinto muita diferença de lá para este Acampamento. Passei dois anos preso sem prosseguir, pelo que fiquei sabendo pelo meu sátiro, que não mudara quase nada, porém com certeza mais velho. Talvez um ou dois anos a mais, entrementes isso não me deixou menos mal. Com um pouco de relutância, saio da cama num pulinho e meus pés tocam o chão frio, o que me faz estremecer um pouco. Mordo os lábios inferiores enquanto penso no meu próximo passo. Higiene pessoal. Lavar o rosto, escovar os dentes e pentear meus cabelos. Olho em volta e me sinto mais desanimado ainda ao fitar o cinza que cerca o ambiente. É tudo tão... cinza.

Meus cabelos estão completamente bagunçados e despenteados que eu conservara desde o dia anterior, então com certeza estaria um lixo se eu saísse sem antes arruma-los. Solto um bufo frustrado, feliz por não ter meus irmãos dentro do chalé para me olhar como fosse um louco por resfolegar desapontadamente sem motivo iminente. Prossigo ao banheiro, escovo meus dentes e logo após lavar o rosto penteio meus cabelos, notando o quão sou semelhante com meus irmãos. Me sinto tão comum perto deles, e isso de certo modo é bom, entrementes eu quase não me reconheço perto deles. Se eu me visse de longe, não poderia me diferenciar dos outros campistas do chalé caso precisasse. Todos loiros e de olhos cinzentos, com o mesmo porte atlético. Na boa? Deprimente! A única coisa que diferenciava era o tom moreno de cada um, porém quase ninguém nota isso. Eu não notaria se não me importasse tanto. O meu chega a ser um doentio loiro; nem para ser um loiro dourado ou platinado de alguns dos meus companheiros de chalé. Termino e por fim coloco um jeans escuro, Um tênis vans de cores vermelhas e um moletom laranja do Acampamento Meio-Sangue. Murmuro - Que droga! Aproveito para brincar um pouco com a minha área do quarto, a cama da beliche e a parede que ladeia o meu colchão no leito com uns pôsteres de algumas bandas de rock nas paredes.

Peguei várias anotações para ir até a parte de fora do chalé, onde as mesinhas e poltronas me esperavam pela sombra das baixas oliveiras que as cercam. Chegando ao mesmo local, passo a ver a parte do balanceamento de produtos e reagentes, oxigenação e redução, mol, notações científicas (apesar de não ser a minha melhor área - faço isso em memória de meu pai); mas a falta de prática formam um combo com as flores das oliveiras que caíam em meus papeis. Irritadiço, exclamo sozinho num tom implicante - Por que uma oliveira? Só porque fornece óleo e azeitona? Isso não faz sentido, eu não ao menos gosto de azeitonas. Jogo para trás as minhas anotações e meu lápis nº 2 bem apontado, me dirigindo à Arena para treinar um pouco, deixando as contagens de elementos químicos para trás para chutar os traseiros de algumas proles de Ares metidas à besta e superiores. - Músculo bate cabeça, ou cabeça bate músculo? Pergunto à mim mesmo com um sorrisinho um tantinho sádico, saindo dali.